
Antes de contar a triste, vergonha e revolta situação,
primeiro queremos agradecer imensamente aos profissionais da saúde pública que,
diante do que passamos hoje, não mediram esforços para atender às necessidades
dos familiares envolvidos (mesmo com a triste situação de falta de recursos).
Hoje, domingo, por volta das 10h40min um jovem se acidentou
de moto e foi conduzido ao Hospital. Nossa unidade é muito precária e não tem
muitos recursos. Depois de fazer alguns atendimentos básicos, a médica que o
atendeu prontamente o encaminhou em estado de “urgência” para o Hospital
Regional de Cacoal-RO. Isto aconteceu ao meio dia (12 horas).
Quando foi transladado para uma velha e precária ambulância,
o jovem não pôde ser conduzido, pois a mesma era pequena por demais e não
servia para acolher o jovem que precisava ficar imobilizado e “não cabia” na
bendita ambulância.
Foi neste momento que começou a tortura, o sofrimento, a
labuta, a frustração, a decepção e a crise dos pais, familiares e amigos
daquele jovem que o viam sofrendo sem poder ajudá-lo a ser transferido para o outro
Hospital por “falta de ambulância adequada”.
O jovem estava desacordado, sedado, com várias fraturas,
sentindo (certamente) muitas dores e seus pais viam aquela situação caótica. Seu
filho precisando de atendimento (translado), mas sem o recurso necessário. Isto
porque a ambulância apropriada se encontra em uma oficina e não está disponível
no período do plantão.
Varias foram as tentativas de solução para amenizar a dor do
jovem, da mãe, do pai. Várias foram as formas que procuramos para solucionar o
problema. Várias cidades foram contatadas para prestar socorro. Foi necessário
destacar a Polícia Militar para nos ajudar. Um cidadão pegou seu carro, foi até
a cidade vizinha e solicitou a ambulância do hospital daquela cidade, para
resolver esta calamitosa situação.
Vemos no Município de Alta Floresta, Rondônia, um hospital
que não tem as mínimas condições de atender às necessidades mais básicas da
população. Estado de urgência e emergência geram crise e transtorno pela falta
de recursos no atendimento.
Depois de quase 3 horas de espera (às 15 horas), finalmente,
uma ambulância apropriada chegou ao hospital e levou o jovem ao Hospital
Regional para ser atendido em sua situação de gravidade.
Diante de tudo isso, eu te
pergunto: e a culpa, de quem é?
Sirley Guerreiro Vona Loose
Bacharelanda em Direito (Cidadã Altaflorestense)
Marcelo Peter
Pastor Luterano (Cidadão Altaflorestense)